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Extraído da Revista L’Officiel
Número 86
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Patrícia Bonaldi sai da pandemia fortificando presença internacional com loja em Nova York e fazendo parte do line-up da principal semana de moda americana.
Por Eduardo Viveiros
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Patricia Bonaldi é alguém que sabe se equilibrar. Apesar de mais de 1 milhão de seguidores no Instagram pessoal, tem pleno controle de sua vida privada. Ao mesmo tempo, tem colocado sua PatBO em ritmo de crescimento, sem deixar de lado os bordados manuais com que ganhou fama. Com o amornar da pandemia, a marca ressurgiu com nova flagship nos Jardins, em São Paulo, e inaugurou loja em ponto importante no SoHo, em Nova York.
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Por telefone, a estilista e empresária conversou com a L’Officiel dois dias depois de desfilar na NYFW, estreando fisicamente após duas temporadas com participação digital. No papo, reflexões sobre como empreender em meio ao caos sem sair de sua base em Uberlândia nem deixar a marca escapar das mãos.
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L’OFFICIEL
Você foi a primeira brasileira a voltar a desfilar presencialmente, depois dessa quarentena toda. Como foi essa chegada em Nova York?
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PATRICIA BONALDI
Ainda não tinha pensado nesse detalhe de ser a primeira! Foi tudo incrível, nem parecia que era nossa estreia física por aqui. Atribuo isso à forma como construímos a internacionalização da PatBO. Como fizemos no Brasil, não começamos desfilando: a marca primeiro achou o seu espaço, entrando nas lojas, na Bergdorf Goodman, na Saks. Já temos mais de 150 pontos de venda pelo mundo, 72 nos EUA. É uma história real, do jeito que acredito.
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L’O Foi uma chegada bem estruturada, então.
PB Com certeza, não foi nada forçado. Fiquei orgulhosa por ver como aconteceu. A marca existe de fato, as pessoas estão usando. O desfile foi o momento de mostrar a coleção de alguém que todos que estavam ali conhecem, tanto celebridades quanto buyers. Não é que aparecemos do nada. Foram quatro anos trabalhando do jeito que acho certo: fazendo roupa. Não vim a Nova York para fazer fama. Se eu “ficar famosa” pela minha roupa, é consequência.
Acredito que esse é o caminho para construir uma carreira no mercado maduro que eles têm aqui: olhar para a coisa como um todo, não só focar no lado do ego. Se você está trabalhando com consistência, as coisas acontecem.
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L’O A pandemia deu uma travada nesses planos todos, eu imagino.
PB Os primeiros meses foram superdifíceis, como para todo mundo. Ficamos congelados até conseguir retomar, aos poucos. Mas sem normalidade, pois essa palavra nem tem sentido atualmente. Quem insiste nisso está contando uma história que não existiu. Ao mesmo tempo, as empresas que foram um pouco inteligentes aprenderam nessa fase. Nós f icamos muito mais ligados no reaproveitamento de estoque, no cuidado com desperdícios de matéria-prima.
Olhamos muito para dentro, para o que estava sendo feito e de que maneira. Em paralelo, fiquei esse tempo todo em Uberlândia e me reconectei com a minha família. Isso foi transformador. Eu vivia muito no automático de manter a empresa como prioridade, nem me orgulho disso. Esse tempo me ajudou a entender o que realmente queria.

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L’O As oficinas de bordados manuais não foram uma dificuldade extra nesse período?
PB Como nós não estávamos vendendo muito, foi um imenso desacelerar. Não havia opção. Era um momento de segurar a onda. Seguramos a onda de muita gente, muita gente segurou a nossa. É a primeira vez que todo mundo foi afetado pelo mesmo problema.
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L’O Agora, com uma abertura mínima, você chegou tirando o atraso: duas lojas importantes, desfile na NYFW…
PB Foi quando achei um ótimo momento para ser um pouco mais ousada. Havia uma situação competitiva interessante, até no sentido de conseguirmos melhores negociações, que não seriam tão simples em outro contexto. Achamos a loja no SoHo, um imóvel de 460 metros. Foram seis meses de obra. Aproveitamos a oportunidade de conseguir um ponto no momento em que todo mundo estava mais paralisado. Não esperava que tudo isso acontecesse nessa proporção, de verdade. Até pode parecer que aconteceu do nada, mas é um caminho que foi construído.
L’O Dois anos atrás, em outro papo nosso para a L’Officiel, lembro que você falou muito sobre trabalhar sob adversidades. PB E foi antes de tudo isso que aconteceu, né? Uso muito essa palavra, pois ela def ine a minha vida, como tenho erguido a carreira durante esse tempo. Por isso que, neste momento de pandemia, consegui lidar com racionalidade. Eu reajo bem a situações de estresse, é como eu cresci. Tenho perf il de funcionar bem sob pressão. Obviamente não é tão saudável, mas é quase um modo de sobrevivência.
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L’O Como você cuida dessa cabeça?
PB Dá um trabalho, viu? Esses dias, fui a um mago e ele disse: “Você vai ter um curto-circuito!”. Mas sou uma pessoa muito ligada à espiritualidade. Ao mesmo tempo, não sou muito social, saio pouco. Trabalho demais, mas depois sei me desligar. Faço bastante yoga, medito. Tenho esse lado zen que não aparece, pois não faço da minha vida um reality. Então exercito muito esse outro lado, para dar conta de tudo.
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FOI UM IMENSO DESACELERAR.
NÃO HAVIA OPÇÃO ERA UM MOMENTO DE SEGURAR A ONDA.
SEGURAMOS A ONDA DE MUITA GENTE, MUITA GENTE SEGUROU A NOSSA.
É A PRIMEIRA VEZ QUE TODO MUNDO FOI AFETADO PELO MESMO PROBLEMA.
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Atenção! Este artigo continua…
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